segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Olhar Discreto

Nessa sociedade cartesiana e racional em que vivemos, que reprime os mais latentes desejos do nosso inconsciente, a discrição torna-se uma virtude, mais do que isso, a discrição torna-se uma espécie de Santo Graal do mundo pós-moderno. 

Ao andar nos grandes centros urbanos, por exemplo, notamos facilmente o esforço hercúleo que certos homens fazem para não encararem de forma lasciva a bunda, as tetas e demais atributos físicos das mulheres. É cômico ver certos homens adotarem as mais estapafúrdias estratégias para admirarem as bundas femininas de forma discreta, sem necessariamente parecerem um bando de punheteiros ávido por putaria.

É óbvio salientar que ainda existem alguns exemplares masculinos que pouco se importam com a moral e os bons costumes e, nesse caso, só faltam deslocar o pescoço em um ângulo de 360º apenas para não perderem de vista aquela “coisa mais linda, mais cheia de graça, que vem e que passa...”

Nesse caso, felizes eram os pré-históricos homens de Cro-Magnon que, na inocência típica de quem viveu no período neolítico, estavam cagando e andando para convenções sociais e olhavam para as fêmeas sem medo de arcarem com as conseqüências. Afinal, que conseqüências eles poderiam sofrer, já que o ato de arder no inferno e/ou ser processado por assédio sexual são produtos da nossa atual sociedade industrializada e judaico-cristã.

O imberbe rapaz do vídeo abaixo, como bem podemos ver, não é um típico filho da idade da pedra lascada. Muito pelo contrário, ele faz parte dessa atual geração cibernética vigiada pelo “Grande Irmão” chamado “Tecnologia”. Ele é uma engrenagem de uma era em que você tem que “sorrir porque está sendo filmado”. Apesar de tanta vigilância existente hoje em dia, o bastardinho depravado não nega que carrega os genes dos seus ancestrais homens de Cro-Magnon. Sendo assim, o infante admira, com notável prazer, as tetas da fêmea ao seu lado, tal e qual um cachorro que vislumbra um apetitoso frango assado.


Talvez ele estava a olhar o iPad no colo da dama. Será? Não é de se duvidar, já que essa nova geração parece sentir um prazer orgásmico ao se deparar diante desses artefatos tecnológicos (inimagináveis na Idade da Pedra Lascada).

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